Planeta dos Macacos: O Confronto


Lançamento: 24 de julho de 2014
Direção: Matt Reeves
Gênero: Ficção científica , Ação
Duração: 2h11min
Elenco: Andy Serkis, Jason Clarke, Gary Oldman, Keri Russell...

Sinopse:
Quinze anos após a conquista da liberdade, César (Andy Serkis) e os demais macacos vivem em paz na floresta próxima a San Francisco. Lá eles desenvolveram uma comunidade própria, baseada no apoio mútuo, para que possam se manter. Enquanto isso, os humanos enfrentam uma das maiores epidemias de todos os tempos, causada por um vírus criado em laboratório, chamado vírus símio. Diante disto, um grupo de sobreviventes liderado por Dreyfus (Gary Oldman) deseja atacar os macacos para usá-los como cobaias na busca por uma vacina. Só que Malcolm (Jason Clarke), que conhece bem como os macacos vivem por ter conquistado a confiança de César, deseja impedir que o confronto aconteça.



Crítica:
Desde que eu me entendo por gente, as franquias de 'Planeta dos Macacos' mexe comigo de várias formas, tanto pelo universo cinematográfico e interação humano/animal incomparável com qualquer outro já criado, quanto pela minha insólita obsessão por macacos. Nunca me esqueço do pioneiro sessentista à qual fui apresentada ainda criança, e que ficou em minha cabeça martelando durante muitos dias. Me atrevi a assistir algumas sequencias que vieram depois, incluindo a distinta atmosfera criada por Tim Burton, mas sempre com uma certa frustração de que nenhuma obra conseguia superar a originária. Demorou bastante até que no ano de 2011, 'Planeta dos Macacos - A Origem' chegou às telonas, trazendo um novo conceito de caos e um roteiro respeitável, onde dava uma maior abertura e desenvolvimento na história. Finalmente um longa que se inspirou e respeitou o clássico, era o fim das viagens surrealistas onde fomos obrigados a engolir de alguns diretores durante todo esse tempo.


Depois de tantos elogios de público e crítica, não demorou muito para que então surgisse uma sequencia: 'Planeta dos Macacos - O Confronto' superando o seu antecessor. A força de toda essa reinvenção tem um nome, Andy Serkis minha gente! Trata-se de um ator inglês especialista em utilizar a (CGI), uma moderna técnica de captura de performance onde já havia deixado o mundo boquiaberto com o seu personagem Gollum em 'O Senhor dos Anéis', parecia praticamente impossível ele repetir o feito com algum outro personagem tão espetacularmente interessante. Aprendi a nunca dizer nunca no mundo cinematográfico, eis que surge César, atingindo o ápice de interpretação de Serkis, digno de premiação por uma das maiores performances já vistas em Hollywood. Minha expectativa é que após esse filme, a Academia repense se já não é hora de se render de uma vez por todas aos grandes personagens digitais, afinal de contas, são atores reais que os interpretam. 


O longa acabou de estrear no Brasil e desde os lançamentos dos trailers e teasers na internet, o filme vinha sendo ansiosamente aguardado. Dos cartazes recentes, é certo chegar em pouquíssimo tempo ao primeiro lugar nas bilheterias.

A história se passa dez anos depois dos eventos de 'A Origem', à medida em que o vírus que atacou à raça humana vai se alastrando de uma forma absurdamente assustadora, o instinto de sobrevivência deturpado da população se potencializa em guerras apocalípticas e a um potencial genocídio. Ao mesmo tempo, César e seu grupo de macacos evoluídos, organizam-se e se transformam em uma colônia extremamente poderosa.


O diretor Matt Reeves mais uma vez se mostrou à vontade neste universo conseguindo também ser inovador referente ao primeiro longa. Tudo, eu disse, TUDO nessa segunda parte está uma escala maior, tanto a quantidade de macacos em cena, quanto aos confrontos de grandes impactos, quase todos protagonizados pelas criaturas digitais, fazendo assim valer o título do filme. Infelizmente faltou espaço para grandes atores, como Gary Oldman, ponto negativo que é compensado de outras formas como, as ótimas referências aos filmes originais, incluindo a trilha sonora famosa de Michael Giacchino *-*, e a fotografia que também remete ao primeiro filme (destaque para o duelo ao sol).

O drama continua sendo a arma mais poderosa desta nova versão, os efeitos especiais também surgem, mas não como protagonista da história, apenas em cenas em que os macacos gerados por computação gráfica interagem de maneira perfeita com os atores. O recurso adicional do 3D intensifica ainda mais a profundidade do cenário e vale muito a pena!

O roteiro se mostra bastante interessante devido à mescla de assuntos englobados, dentre o meu preferido, a reflexão social com a inversão dos papéis dos animais com os humanos. Mostra durante todo o filme que quanto mais objetivamos uma civilização dita "sociavelmente evoluída", é inevitável o surgimento de conflitos e divisões ideológicas. Muitas falas e ações são implantadas no roteiro, ora pelos humanos, ora pelo César, para causar a incerteza infinita de nunca saber ao certo quem deu o start e iniciou essa guerrilha futura. 

'Planeta dos Macacos - O Confronto' foi uma ótima e empolgante aventura a qual tive o prazer de assistir, em uma Era cinematográfica onde muitas vezes o sucesso dos blockbusters vem sendo medido pela quantidade de destruição e efeitos especiais gasto em tela. Uma eficiente ficção-científica que optou por uma conclusão desesperançosa e pessimista da humanidade. 





Por Ana Luisa Vieira

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