A Menina que Roubava Livros




Lançamento: 31 de janeiro de 2014
Direção: Brian Percival 
Gênero: Drama
Duração: 2h11min
Elenco: Geoffrey Rush, Emily Watson, Sophie Nélisse, Ben Scnetzer, NicoLiersch, Heike Makatsch...

Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo, ela aprende a ler e partilhar livros com seus vizinhos, incluindo um homem judeu que vive na clandestinidade.


Crítica:
Conseguir transformar a historia de um best seller mundial tão aclamado como 'A menina que Roubava Livros' do escritor Markus Zusak em um longa metragem digno, foi graças ao trabalho do diretor Brian Percival e de uma equipe impecável.  

O roteirista Michael Petroni, conseguiu manter a essência da trama. Diferente de obras conhecidas como 'O Resgate do Soldado Ryan' e 'A Lista de Schindler', A Menina que Roubava Livros não nos apresenta o impacto que a guerra tem no front de batalha e sim no meio familiar. E mesmo o filme amenizando muitas partes do livro e da época para manter a obra sem restrição de idade, ele promete emocionar muitas pessoas, mostrando que a modesta da narrativa não altera o impacto da trama.

É um belo filme e o diretor conseguiu trazer para as telonas, toda a emoção conseguindo prender a atenção do expectador do começo ao fim.
Com um elenco incrível que conseguiu dar vida a cada personagem, Geoffrey Rush, o ator que interpretou Hans, um pai afetuoso desde primeiro contado e o carinho foi aumentando com a convivência e com a descoberta. O titulo, tanto o original (The Book Thief) quanto o nacional, lembra a construção do personagem principal através da leitura. Mas surpreendentemente, Liesel é analfabeta e aprende a ler com o pai, Hans em um processo bastante particular. E nesse aprendizado fica nítida toda a relação de amor entre pai e filha.

Rosa Hubermann, a mãe adotiva é grossa, mal-humorada e xinga qualquer pessoa  o tempo todo mas, você consegue perceber que isso é apenas uma fachada e que apesar de tudo ela tem um bom coração. Em apoio, o marido Hans, ela acolhe o judeu Max em seu porão e na gentileza ao ir à escola da filha para contar que o judeu tinha acordado, pois estava com muita febre. Talvez não tenha sido essa, a Rosa que muitos imaginavam, mas é difícil fazer um personagem como ela. E mesmo sentindo que faltava alguma coisa a Rosa da Emily Watson foi exatamente o que o filme precisava. 

A minha grande surpresa foi a atuação de Sophia Nélisse, pois nunca tinha a visto atuar. Ela conseguiu captar e passar perfeitamente para o espectador todas as emoções da personagem LieselMeminger, tornando-a uma protagonista emocionante e carismática; mostrando que que importa não são os livros que ela está roubando, mas sim, mundos que ela trazia a tona todas as vezes que lia suas paginas. 


Tenho que confessar que no livro meu personagem favorito era Rudy Steiner, vivido pelo ator Nico Liersch. Pelo simples fato dele não se deixar mudar pelas suas características, e uma que chamou muito a minha atenção, um alemão ser fã de um corredor negro, Jesse Owens ao ponto de se pintar de preto com carvão. Owens para quem não sabe, era um atleta americano e pisou em solo alemão durante as Olimpíadas de 1936 e arrancou dos atletas locais quatro medalhas de ouro. E Rudy por ser o melhor corredor de sua escola, tinha o maratonista como inspiração.

A obra foi bem retratada nas telonas e vale muito a pena reunir os amigos para assistir 'A Menina que Roubava Livros', mas recomendo que todos leiam o livro antes ou depois de assistirem ao filme, pois nada substitui a intimidade com cada personagem e a experiência de conhecer a história através da narrativa singular de Markus Zusack. “Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito”. 





Por: Nanah Girard



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