A Viagem (Cloud Atlas)


Lançamento: 11 de janeiro de 2013
Direção: Andy Wachowski, Lana Wachowski, Tom Tykwer
Gênero: Drama , Suspense, Ficção científica
Duração:  2h, 52m
Elenco: Tom Hanks, Halle Berry, Jim Broadbent, Hugo Weaving...

Sinopse: Seis histórias que, apesar de ocorrerem em épocas e países distintos, possuem uma interligação. No século XIX, Adam Ewing (Jim Sturgees) é um advogado enviado pela família para negociar a comprar de novos escravos. Ao retornar para casa, ele salva um escravo, Autua (David Gyasi), que está fugindo de Henry Goose (Tom Hanks), um médico que o envenenou.

Em 1930, o jovem e talentoso compositor Robert Frobisher (Ben Whishaw) ajuda o também compositor, e já idoso, Vyvyan Ars (Jim Broadbent). Durante o trabalho, Robert encontra uma crônica escrita por Ewing em um jornal em meio aos livros de Ars.

Em 1970, a jornalista Luisa Rey (Halle Berry) conhece Rufus Sixmith (James d'Arcy) quando o elevador em que ambos estão quebra. Tempos depois, ele a procura para revelar que estão encobrindo uma série de falhas no projeto de construção de um reator nuclear.

Nos dias atuais, Timothy Cavendish (Jim Broadbent) é dono de uma pequena editora, que lançou um livro que dificilmente dará retorno financeiro. Entretanto, a situação muda quando o autor do livro mata um de seus críticos, tornando-se uma celebridade instantânea.

Coreia do Sul (agora chamada de Nova Seul), futuro. Sonmi-451 (Donna Bae) é um clone que trabalha em um restaurante fast food. Ela foi programada para realizar todo dia as mesmas tarefas, sem manifestar qualquer reclamação, mas a situação muda quando outro clone acaba, sem querer, despertando-a sobre sua existência.

Futuro. Nova Seul foi tragada pelas águas há 100 anos, o que fez com que o local viva uma realidade pós-apocalíptica. Nesta época vive Zachry (Tom Hanks), o líder de uma tribo que venera Sonmi como se fosse uma deusa. Sua vida muda quando Meronym (Halle Berry), que integra um grupo evoluído chamado Prescients, lhe pede para viver com sua tribo.
Crítica:
Depois da trilogia Matrix, os irmãos Wachowski voltam ao cinema em parceria do diretor Tom Tykwer com o desafio de transformar em filme, o livro Cloud Atlas, do escritor David Mitchell.

O filme aborda a ligação e identidades de pessoas em 6 ópocas diferentes. Épocas em que o mesmo "ser" protagoniza histórias distintas e por incrível que pareça, conectadas de de uma forma bem sutil.
É necessário muita atenção para a boa compreenção deste filme, pois em curtos períodos,  a trama vai mudando também em seu espaço e tempo. Por mais estranho que isso possa parecer, há muita coerência no roteiro. Conforme a narrativa vai avançando, vamos ficando envolvidos com as diferentes histórias.

Tecnicamente o filme é bem acima da média. Tudo no filme é bem montado. Desde a fotografia até a simples trilha sonora. Ao meu ver, o problema está na forma em que o roteiro foi estruturado. Paralelamente, as histórias funcionam muito bem, me arrisco a dizer que alguma delas mereciam até um filme solo. (Achei o máximo a história futurista da 'Nova Seul'). Mas a rápida troca de uma trama para outra, pulando do drama para ficção científica e até mesmo comédia acabou tirando a emoção de algumas histórias, como o do escravo por exemplo. Foi uma grande mistura de histórias interessante até... Nunca tinha visto isso em filme algum, mas creio que pode causar incomodo em alguns espectadores.

O grande diferencial do filme e o marketing de bilheteria, sem dúvidas foi o elenco. Cada ator teve a responsabilidade de interpretar diversos personagens, com trejeitos, feições e vozes distintas. E isso não é para qualquer um.
Com uma ajudinha da excelente maquiagem do filme (forte candidata ao Oscar 2013), existem cenas em que não é possível reconhecer os atores. (Nós créditos do filme irão descobrir, e se espantar assim como eu).
A Viagem é o tipo de filme que merece ser analisados com bastante cuidado e se possível, assistido mais de uma vez, pelo fato de ser muito narrativo e apresentar muitas informações fora de ordem cronológica, o tornando mais difícil de se acompanhar. E também para absorver toda a mensagem filosófica de nossa existência no universo. Afinal, "somos somente uma gotinha no oceano, mas que é um oceano, senão inúmeras gotinhas juntas?"

Em resumo, A Viagem é um filme bastante complexo, mas apesar da longa duração, o interesse consegue ser mantido a todo momento.

2 comentários:

  1. Não sei o porquê, mas não espero muito desse filme. Desejo estar enganado.

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  2. Vi este filme ontem. Aconteceu de uma forma meio arriscada: caí lá de pára-quedas (mal sabia a sinopse nem sequer havia visto o trailer). Então, se já é confuso para quem sabe sobre o que se trata, para quem foi no improviso a total compreensão se torna praticamente impossível. A ideia é ousada em dividir inúmeros plots muito diferentes uns dos outros, mas que se interligam na questão de reencarnação e "destino". Mas, sinceramente, minha primeira impressão foi ruim. Achei que a interligação das histórias ficou confusa demais, principalmente no início do filme. A medida que o tempo vai passando, a história começa a se mostrar um pouco mais clara, mas ainda assim a compreensão é muito complicada, pois não existe uma sequência linear. Por mexer com futuro, obviamente, a ficção científica ficou exagerada. Sempre reclamo de cenas onde apenas um profissional "bem treinado" e "diferenciado" consegue dar conta de 20 sujeitos que, em tese, também deveria ser treinados. Extrapola demais os limites da realidade. A mensagem passada é bacana, seria o que, em tese, salvaria o filme. Mas a longa duração é outro fator que tenho de reclamar. Apenas fiquei até o final na esperança de que compreendesse melhor o desenrolar das histórias. De positivo mesmo tem de se destacar a maquiagem do filme. Essa, sim, é sensacional. Os atores participaram de todas as histórias e muitas vezes você sequer percebia que eram a mesma pessoa, sendo bem surpreendente ver nos créditos que tal ator fez tal personagem. Merece premiação nessa categoria. Enfim, eu achei a ideia do filme ousada, mas feita da maneira errada, ficando confusa demais. Teria que ler o livro para ver se a compreensão seria melhor. Mas este filme parece ser um daqueles que você precisa assistir umas duas ou três vezes para compreender exatamente o que os diretores pretendem.

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