Círculo de Fogo (Pacific Rim)



Lançamento: 09 de Agosto de 2013 
Direção: Gillermo Del Toro
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 2h 10 min 
Elenco: Charlie HunnamIdris ElbaRinko Kikuchi, Charlie Day

Sinopse:
Quando várias criaturas monstruosas, conhecidas como Kaiju, começam a emergir do mar, tem início uma batalha entre estes seres e os humanos. Para combatê-los, a humanidade desenvolve uma série de robôs gigantescos, os Jaegers, cada um controlado por duas pessoas através de uma conexão neural. Entretanto, mesmo os Jaegers se mostram insuficientes para derrotar os Kaiju. Diante deste cenário, a última esperança é um velho robô, obsoleto, que passa a ser comandado por um antigo piloto (Charlie Hunnam) e uma treinadora (Rinko Kikuchi).



Crítica:
Tenho uma ligação intimista com o cinema Kaiju (monstros gigantes em japonês). Eu o considero um movimento cinematográfico tão importante para minha infância que mereceu uma tatuagem do Godzilla que eu ostentarei pelo resto da minha vida. 
Em contrapartida, o Guillermo del Toro, há alguns anos, se tornou meu diretor favorito depois que eu conheci a totalidade de sua obra.
A combinação desses dois fatores com os trailers espetaculares, entrevistas empolgadíssimas e material de making-of elevou muito minha expectativa. Com medo de grandes decepções, tentei me condicionar a não esperar que o filme fosse perfeito. Após meses de preparo, como era de se esperar, eu falhei e fui ao cinema esperando o melhor filme de monstros que eu poderia ver.
Ainda bem que, diferente de mim, Guillermo del Toro não falha e fez o melhor filme de monstros que eu já vi.

O roteiro não é muito engenhoso e nem muito inventivo mas não tem grandes falhas, na expressão futebolística, ele fez o "arroz com feijão". Os personagens não possuem a profundidade de um protagonista dos filmes do Darren Aronofsky mas são atores competentes que desempenham bem seus papeis.
Dito isso, vamos ao que torna o filme único.
O filme é visualmente lindo. Ouso dizer que é mais deslumbrante que a complexa Pandora criada para o filme Avatar. É colorido e repleto de texturas neon ao mesmo tempo que mescla com imensas chapas de ferro oxidadas. E ver esses amontoados enferrujados e envelhecidos amassando carne recheada de neon é lindo.
As batalhas são coreografadas de forma absolutamente genial e acontecem nos lugares mais inusitados. Sem revelar spoilers, é possível dizer que eles brigam no céu no mar e na terra.
Conforme avisado previamente pelo diretor, ele se preocupou muito com questões de escala e com a aplicabilidade das leis da física sobre seres abissais se espancando. É perceptível que há um cuidado especial em relação à realidade da gravidade quando, por exemplo, um dos Jaegers (nome dado aos robôs, que significa caçador em alemão) é arremessado por um Kaiju e cai, centenas de metros depois, em cima de um cais repleto de containers e gruas.



Mesmo com toda a ação desenfreada e o visual atrativo, o filme consegue ter outras qualidades superiores. Se ele cumpre perfeitamente o papel de um blockbuster do verão norte-americano, ele consegue ser um filme-homenagem ainda melhor.
Todos os elementos conhecidos da cultura oriental que envolvem monstros gigantes estão lá.
As cores fortes e diversas remetendo aos animes, o design dos robôs que são diferentes e possuem características específicas dos seus países de origem, a espada gigante, o soco-foguete, o canhão de plasma, a qualificação dos monstros por níveis de força, os ataques especiais de cada monstro, as armaduras dos pilotos dos Jaegers, as cidades moldadas num futuro ficcional e mais dezenas de outros detalhes que eu precisarei assistir mais algumas vezes só para me divertir procurando outras referencias.

Este é um filme irretocável que merece ser assistido no IMAX 3D, deve ser adquirido para ser assistido novamente em blu-ray e deve ser venerado pelo resto das eras.

Obs.: tem uma cena pós créditos bem engraçada.



Por: Guilherme Infante
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