Os Miseráveis


Lançamento: 1 de fevereiro de 2013
Direção: Tom Hooper
Gênero: Musical, Drama
Duração: 2h 38min
Elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway, Amanda Seyfried,Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen...

Sinopse:
Trata-se de uma adaptação de musical da Broadway, que por sua vez foi inspirado em clássica obra do escritor Victor Hugo. A história se passa em plena Revolução Francesa do século XIX. Jean Valjean (Hugh Jackman) rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e acaba sendo preso por isso. Solto tempos depois, ele tentará recomeçar sua vida e se redimir. Ao mesmo tempo em que tenta fugir da perseguição do inspetor Javert (Russell Crowe).
Crítica:
Os Miseráveis foi baseado numa obra muito famosa do artista Victor Hugo. E quem diria que um musical de quase 3 horas de duração conseguiria prender minha atenção até o final. Havia até um grupo de pessoas ao meu lado no cinema que conheciam e cantavam as canções.
Jackman e Hathaway. As cores azul, vermelho e branco são costantemente usadas no filme.A todo o momento o filme me passava uma conotação teatral e me lembrou aqueles musicais italianos. Talvez tenha sido a intenção do diretor Tom Hooper em passar a impressão de irmos ao teatro para ver uma ópera. Ele optou por fazer os atores cantarem enquanto atuavam, em vez de colocar a voz posteriormente no estúdio.
 De cara, o grande acerto do diretor foi ter escolhido o protagonista Hugh Jackman para viver o personagem Jean Valjean, já que ele conta com uma certa experiência em musicais da Broadway e também já mostrou mundialmente seu talento como cantor quando foi apresentador na 81ª edição do Oscar em 2009.
Os primeiros minutos de cantoria com Anne Hathaway e Hugh Jackman são brilhantes! Senti que realmente bateu uma química entre os atores e conseguiram transpor isso de forma excelente e emocionante. Em contrapartida, logo na segunda cena, acontece um excesso de músicas em pouco tempo e oque fica claro é que os atores estão mais preocupados em manter a afinação do que interpretar o texto de Victor Hugo. Foi o caso do romance principal do filme vivido por Eddie Redmayne e Amanda Seyfried. Romance esse na minha opinião sem sal, com canções cansativas e sem apelo popular nenhum. Ponto fraquíssimo. 
Depois de um segundo ato arrastado a trama começa a andar de uma forma mais desenvolvida, principalmente para o lado emocional.
Após quase duas horas de miséria e oque mais precisávamos de um alívio cômico em cena. Helena Bonham Carter e Sacha Baron Cohen são os vilões mais estereotipados que podem haver. O canto de Helena Bonham misturado com gemidos e uma alta tensão sexual são de deixar boquiaberto, enquanto o canto descontraído de Sasha Baron são de fazer doer o estômago. Cenas poluídas e cheias de informação, ao contrário das cenas de Anne Hathaway. 
Apesar desse elenco ficar um pouco deslocado dos demais, eles trazem ótimos momentos e atenuam o drama principal do filme. Os figurinos e maquiagens extravagantes dos dois dão uma ótima presença no musical.
Hugh Jackman e Russell Crowe utilizam suas vozes graves para cantarem sobre seus conflitos internos. Apesar de uma hora ou outra realizarem boa performance e mesmo com a produção de qualidade, as canções são chatas e o fato de serem interpretadas em ritmo de diálogos tornou tudo mais sonolento. Oque começa com algo grandioso, dois renomados atores cantando juntos termina em sessão tortura infelizmente. 
Os pontos positivos com certeza fica por conta da técnica. O filme é muito bem filmado e os figurinos belíssimos (até mesmo para os miseráveis). A direção de arte caprichou nos dando a sensação de estarmos realmente na França do Século XIX.
Em certo momento para mim o filme já estava ficando cansativo (talvez pela cantoria toda), imagino que não seja o estilo de filme que agrade ao grande público pois é feito de uma forma ousada de narração totalmente em canções, mas a épica história do roteiro prende a atenção do público e assim consegui me manter concentrada e aguardando o desfecho.
Podem me chamar de insensível mas, eu não senti a mesma emoção que os demais da sala. Testemunhei um cinema repleto de pessoas muito emocionadas quando as luzes se acenderam mas me desculpem aos fans mas, não me comoveu. Não atribuo a culpa a nada. Oque vi foi um filme muito bem produzido e com uma excepcional atuação de 2 atores. Merecidamente deverá receber alguma premiação técnica no Oscar 2013.

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